26ª Feicoop reúne 305 mil visitantes em quatro dias de evento
Por: Maiquel Rosauro
A 26ª Feira Internacional do Cooperativismo (Feicoop) foi finalizada no fim da tarde deste domingo (14), em Santa Maria. A organização calcula que 305 mil pessoas prestigiaram a Feira desde quinta-feira (11), primeiro dia de evento. Ano passado, foram 302 mil visitantes.
Estiveram representados nesta edição 3,5 mil empreendimentos organizados em rede, fóruns locais e macrorregionais de Economia Solidária, Fórum Brasileiro de Economia Solidária; entidades públicas e privadas; escolas; Universidades; Institutos Federais, Fundos Solidários; Redes Nacionais e Internacionais de Economia Solidária vindos de 23 países, 26 estados brasileiros, Distrito Federal e 585 municípios do Brasil.
A Feicoop é organizada pelo Projeto Esperança/Cooesperança e Banco da Esperança, braços da Arquidiocese de Santa Maria; Cáritas Brasileira e Cáritas Regional Rio Grande do Sul; Universidade Federal de Santa Maria (UFSM); e Prefeitura Municipal de Santa Maria, com apoio de diversas entidades e instituições.
“Esta foi uma Feira de resistência e insistência. Apesar de todos os desafios que encontramos na preparação desta Feicoop, sentimos uma alegria muito grande em poder realizar um evento tão gigantesco com a participação de pessoas de tantos lugares. Mostra a certeza de que estamos no caminho certo”, relata irmã Lourdes Dill, coordenadora do Projeto Esperança/Cooesperança e vice-presidente da Cáritas Brasileira.
Durante a Feira, foi lançada uma campanha de arrecadação permanente a fim de angariar recursos para a 27ª edição do evento, prevista para ocorrer entre os dias 9 e 12 de julho de 2020.
“Os desafios lançados nesta Feira nos dão a segurança da continuidade, pois o lançamento da campanha para um fundo permanente nos dá a convicção de que não podemos depender totalmente do Poder Público. Precisamos fortalecer nossa autogestão e uma participação maior das redes e empreendimentos de Economia Solidária”, comenta irmã Lourdes.
O deputado federal Elvino Bohn Gass (PT), que garantiu uma emenda de R$ 150 mil para o evento, lamentou a fata de apoio do Poder Público.
“É lamentável que a Feira tenha que se manter com as emendas que coloco. Quem deveria sustentar era o governo Federal e Estadual pelo fato do evento gerar renda, educação, tratar sobre alimentos sem agrotóxicos, além de discutir o consumo e comércio justo e consciente no âmbito da sustentabilidade”, afirma Bohn Gass.
Segundo o arcebispo de Santa Maria, Dom Hélio Adelar Rubert, a Feicoop transmitiu uma mensagem de incentivo à solidariedade.
“Tivemos quatro dias de formação, apresentações artísticas e uma Feira que expôs uma grande variedade de produtos. Queríamos que os expositores tivessem mais vendas, mas o povo passa por dificuldade, falta empregos. Vale a pena continuarmos e incentivarmos a solidariedade que está crescendo em toda parte”, garante Dom Hélio.
A Feicoop é referência internacional pelo debate sobre Economia Solidária e Agricultura Familiar, reunindo em um único ambiente agricultores, artesãos, quilombolas, indígenas, catadores, estudantes e movimentos sociais, como, por exemplo, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Levante Popular da Juventude, que realizou seu 12ª Acampamento Estadual no pátio do Colégio Irmão José Otão, ao lado do Centro de Referência de Economia Solidária Dom Ivo Lorscheiter, onde ocorre a Feicoop.
A Feira também nunca fugiu do debate político, sendo palco de reivindicações e de cobranças aos governantes. Seus seminários e oficinas trataram de temas como agroecologia, inclusão social, hortas comunitárias, questão agrária, educação popular, conflitos no campo, alternativas ao desemprego e muito mais.
CLIQUE AQUI e confira na íntegra a Carta da 26ª Feicoop, documento que traz um resumo de todas as discussões realizadas na Feira.
Texto e fotos: Maiquel Rosauro