Caravana de Lula começa jornada de afirmação no RS
Petista enfrentou protestos, respondeu à altura e foi saudado por multidões de apoiadores
Não se tratou de um simples ato público. Desde o amanhecer do dia na região do pampa gaúcho se desenhava um enfrentamento de narrativas. De um lado os movimentos sociais, as forças progressistas, lideranças populares envolvidas em projetos de desenvolvimento e inclusão, estudantes, gente do povo que veio de toda a região para participar do abraço coletivo que mais de 3 mil pessoas construíram para acolher Luís Inácio Lula da Silva em sua visita à Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), uma das obras de que ele mais se orgulha de ter construído em seu governo, entre dezenas de outras referências que dizem respeito à região nos 8 anos de seu governo e nos 5 anos em que Dilma Roussef governou. Do outro lado a representação da elite do atraso, os representantes da parcela mais reacionária do setor ruralista, não mais do que 500 pessoas, muitos homens e algumas mulheres sem objetivo prático e sem manifestar postura cidadã nem no momento de se pronunciar ao microfone, ao lado destes um prefeito impopular e desgastado, vereadores e deputados ligados aos partidos de linha conservadora que estão destruindo o Brasil.
Lula subiria ao palanque após a visita e cerimoniais festivos realizados na UNIPAMPA, confirmando as expectativas já manifestadas na sua chegada ao aeroporto local, em entrevista exclusiva para a Rede Soberania, quando enalteceu os investimentos em educação e demonstrou o orgulho legítimo de pai um pai que visita o filho que alcança sucesso ao retornar à universidade que ele implantou e hoje é um dos mais atuantes agentes de transformação na região. Saudado aos gritos de “Lula Guerreiro do Povo Brasileiro” e “Olê, olê, olá… Lula lá, Lula lááá”, deu uma resposta à altura aos detratores: “A direita fascista deveria ter vindo protestar quando criei a Unipampa, porque a elite nunca quis que o pobre tivesse acesso à universidade”, e ainda acrescentou: “Quem hoje grita contra, amanhã vai bater palma porque nós vamos consertar esse país outra vez”. Diferente do que chegou a ser noticiado por fakenews (compartilhadas inclusive por sites vinculados a revistas e jornais de grande circulação) provocações do campo adversário não faltaram, pequenas confusões foram fomentadas, mas a boa organização da segurança da caravana, construída por representantes dos movimentos populares, deu conta do recado de tal forma que não se soube de qualquer ruralista que tivesse coragem de chegar perto da UNIPAMPA.
“Se tem alguém que não gosta de mim aqui, vai me estimular a voltar muitas vezes. Se existe alguém que aprendeu a respeitar os outros fomos nós, toda vez que perdemos uma eleição e soubemos aceitar o resultado”, ressaltou. “Eu vou visitar 26 cidades até Curitiba pra mostrar que nós queremos e sabemos cuidar desse país”. Lula também foi recebido hoje pela administração da Unipampa, que o presenteou com uma placa de agradecimento pela fundação da primeira federal da região. Lula repetiu em diversos momentos a sua satisfação em ter seu nome marcado na história como o torneiro mecânico que chegou a presidência da república e tornou-se o presidente que mais abriu universidades e institutos federais na história do Brasil.
Confrontos e prisões: Um manifestante contrário à presença de Lula na cidade atirou uma pedra e provocou rachaduras no ônibus que levava o ex-presidente. O portal Sul 21 apurou o fato e noticiou que a Brigada Militar teria efetuado a prisão do homem que jogou a pedra. Posteriormente, quando ocorreram princípios de confrontos e trocas de xingamento entre os manifestantes contrários e apoiadores do ex-presidente, um jovem identificado como pró-Lula também foi detido.
Marcos Antonio Corbari | Jornalista
Fotos: Alexandre Garcia
Rede Soberania | Instituto Padre Josimo | MPA