Eletricitários iniciam greve nesta segunda: FBP, sindicatos e movimentos manifestam apoio
Eletricitários deflagram a partir de hoje (segunda,11/06) greve de 72 horas denunciando a ofensiva do governo de Michel Temer pela privatização da Eletrobras. A expectativa é que cruzem os braços aproximadamente 24 mil trabalhadores do grupo, envolvendo as áreas administrativas e atividades fins, como operação e manutenção de todas as empresas de geração, transmissão e distribuição de energia: Furnas, Chesf, Eletrosul, Eletronorte, Eletrobras e o Centro de Pesquisa de Energia Elétrica (Cepel), além das distribuidoras do estados do Piauí, Rondônia, Roraima, Acre e Amazonas.
Segundo Wellington Araújo Diniz, diretor jurídico do Sindicato dos Urbanitários do Maranhão (STIU-MA) e coordenador do Coletivo Nacional dos Eletricitários, não haverá prejuízo aos usuários do sistema. “Nossa greve é contra o processo de privatização da Eletrobras, que é uma tentativa de desmonte das empresas do sistema elétrico nacional. A empresa está sendo posta à venda por um preço vil para satisfazer interesses de grandes grupos financeiros nacionais e internacionais e de países como a China, Itália e França, que têm interesse em se apropriar do patrimônio estratégico que representam as empresas do sistema Eletrobras”, diz o dirigente.
A Frente Brasil Popular somou apoio ao movimento dos eletricitários as centrais sindicais, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), e Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Em nota, a FBP destaca: “Se a Eletrobrás for vendida, os interesses que estarão à frente da política de preço será o do lucro. Como ficarão programa sociais como o Luz para Todos, a energia elétrica para os hospitais, escolas, universidades, nas empresas? Se tiver que pagar mais na conta de luz, serão os empregos que serão novamente atacados”.
Soberania energética sob ataque
Na opinião de Paulo Vinicius (PV), dirigente da CTB a luta contra a privatização da Eletrobras não é apenas da esquerda mas de toda a sociedade. “Se o governo privatizar a Eletrobras, a conta de luz do trabalhador(a) vai aumentar. Se o desmonte do Estado ocorrer, a população brasileira será penalizada com a falta de serviços básicos assistenciais”, afirmou durante ato em Brasília realizado no dia 6 com CNE e movimentos sindicais e sociais.
A pressão do governo sobre o Congresso Nacional se mantém mesmo após a Medida Provisória 814 ter caducado. A MP alterava o sistema elétrico brasileiro e incentivava a privatização da Eletrobras. Os eletricitários não baixaram a guarda e denunciam outras iniciativas legislativas do governo Temer para promover a privatização da Eletrobras, entre elas, o Projeto de Lei 9463, que desestatiza a empresa, e o PL 1917, este último prevê a venda dos ativos da Eletrobras.
Na terça-feira (5) os eletricitários obtiveram vitória na Justiça do trabalho do Rio de Janeiro que suspendeu a privatização das seis distribuidoras da Eletrobras. A ação foi movida pelos sindicatos do urbanitários do Amazonas, Acre, Piauí, Rondônia e Alagoas. A Eletrobras recorreu. Além da greve de 72 horas, os eletricitários estão finalizando uma proposta alternativa à privatização da empresa a ser entregue no Congresso Nacional nos próximos dias.
(com informações do Portal Vermelho – www.vermelho.org)
Confira a íntegra da nota da FBP:
*Nota de apoio da Frente Brasil Popular à Greve dos Eletricitários
A Frente Brasil Popular apoia a greve da categoria organizada no Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) que acontecerá nos dias 11, 12 e 13 de junho (de segunda a quarta-feira) da semana que vem em defesa da Eletrobrás, empresa que, entre suas funções, estabelece o preço da luz que chega à casa do povo brasileiro.
Desde a chegada do atual presidente Wilson Pinto, a Eletrobrás sofre ataques diários com tentativas de privatização. A Frente Brasil Popular está ao lado dos trabalhadores e trabalhadoras que resistem e que nesta semana obtiveram importante vitória com a liminar de uma Ação Cível Pública em que a justiça reconhece que o processo de privatização precisa levar em conta os impactos nos direitos trabalhistas.
O povo brasileiro não pode pagar mais essa conta. O governo de Michel Temer e sua base querem que o país volte ao tempo dos “apagões” da gestão do tucano Fernando Henrique Cardoso. Se a Eletrobrás for vendida, os interesses que estarão à frente da política de preço será o do lucro. Como ficarão programa sociais como o Luz para Todos, a energia elétrica para os hospitais, escolas, universidades, nas empresas? Se tiver que pagar mais na conta de luz, serão os empregos que serão novamente atacados.
Estamos vivendo essa política privatista na Petrobras e sabemos bem o que acarreta não ter uma política de preços que vise a sociedade e o desenvolvimento nacional.
As usinas da Eletrobrás vendem a energia elétrica mais barata do Brasil, porque conseguem produzir eletricidade de forma eficiente com custos baixíssimos e 87% de sua produção é à base de água. Enquanto a população paga em média R$0,68 por KWh, as grandes empresas pagam R$ 0,07 por KWh. Com a privatização, a ANEEL já reconheceu que estes preços serão revisados e aumentados pelo menos 30% em contratos que tendem a 30 anos de duração.
Por isso, todo apoio à Greve Nacional dos Eletricitários. Os trabalhadores e trabalhadoras não podem pagar pela ganância dos investidores internacionais. Vamos apoiar nas atividades grevistas, com notas das entidades que compõem a Frente Brasil Popular e ajudar a mobilizar a sociedade para expressar a resistência contra esse ataque de Temer e sua base.
A Eletrobrás é do povo brasileiro. Contra a privatização e aumento do preço da energia.
São Paulo, 10 de Junho de 2018.
Frente Brasil Popular