Em São Borja mais uma vitória da Caravana de Lula contra discurso de ódio dos opositores

22 de março de 2018

Apesar de ruralistas fomentarem clima de ofensa e agressão contra militância que apoia o ex-presidente, apoiadores novamente venceram as barreiras para realizar seu ato em plena praça central da cidade

 

Fomentados principalmente por um pré-candidato que se estabeleceu à extrema direita, um grupo de ruralistas formou uma espécie de milícia e tentou de todas as formas impedir a passagem da Caravana de Lula pelo Brasil através da cidade de São Borja. A chegada do pré-candidato petista e seus apoiadores até a praça central da cidade, onde está instalado o mausoléu do saudoso presidente Getúlio Vargas representou mais uma derrota para esse grupo de índole facista – a sexta derrota em três dias – que não apenas fracassou em seu objetivo de atrapalhar a passagem do grupo, como incendiou o sentimento de militância no povo trabalhador que aglomerou-se nas imediações do caminhão de som que serviu de palco para Olívio Dutra, Dilma Roussef e Luís Inácio Lula da Silva se manifestarem.

– Estamos aqui para prestar nossa homenagem, para reafirmar o reconhecimento e nos animar a seguir o aprendizado através do legado de Getúlio Vargas, João Goulart e Leonel Brizola , relembrou o ex-governador do RS, Olívio Dutra. O líder popular está na caravana desde o seu ponto de partida e promete seguir acompanhando seu amigo e contemporâneo de militância sindical e depois de fundação do Partido dos Trabalhadores, Lula. “Nosso companheiro está sendo acusado injustamente, assim como no passado acusaram Getúlio; está sendo perseguido injustamente, assim como no passado perseguiram Jango”, citou em entrevista concedida após o ato. Dilma Roussef, presidenta legítima afastada de seu mandato por um golpe articulado por parlamentares da oposição, disse notar muitas semelhanças entre aqueles que perseguiram Getúlio e Jango e os que hoje demonstram tanto ódio contra todos os que se colocam ao lado do povo mais simples ou que ousam defender o interesse do trabalhador e da trabalhadora em detrimento da vontade das elites patronais.

 

 

No discurso mais forte pronunciado desde o ponto de partida da caravana, realizado em Bagé, na segunda-feira, Lula contagiou o povo presente e fez reascender a chama de uma militância que nos últimos anos passou por uma fase de certo recolhimento. “Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam; e não me dão o direito de defesa”, destacou. “Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os mais humildes”, acrescentou, enumerando ações que incomodam os mais conservadores, incapazes que são de aceitar a ascensão dos direitos da classe trabalhadora. Relembrou as vitórias de Getúlio na defesa ao trabalhador, materializadas na criação da Consolidação das Leis de Trabalho (CLT) e criticou com energia a postura recente daqueles que com as anti-reformas rasgaram o documento e retiraram direitos históricos conquistados pelo povo. Os ideais do trabalhismo também foram citados com emoção pelo pré-candidato petista ao citar o amigo Leonel Brizola, com quem dividiu a chapa nas eleições de 1998.

– Estou com vergonha de uma parte da população do Rio Grande do Sul que, como fascistas, queriam impedir que a gente viesse prestar essa homenagem a Getúlio Vargas em São Borja -, falou Lula. “Eu vim aqui num gesto de paz. É uma vergonha as pessoas destruírem todo o esforço que Getúlio fez pela dignidade do trabalhador neste país”, afirmou. “Fico pensando qual o motivo do ódio dessa gente e chego à conclusão que a elite deste país nunca entendeu a necessidade da evolução das pessoas mais pobres, não aceitam que a filha de uma empregada possa frequentar a mesma faculdade de seu filho”, resumiu o ex-presidente, perante uma praça lotada de homens, mulheres e crianças de todas as idades que a todo instantes interrompiam os discursos com palavras de apoio e gratidão à Lula. 

 

 

Ao encerrar a fala, garantiu aos presentes a sua inocência e desafiou àqueles que o criticam ou que o perseguem a provar concretamente as acusações que fazem, pois até aqui não apresentaram nenhuma materialidade. “Eu quero que eles saibam: a gente vai voltar e quando voltar vamos revogar as desgraceiras que eles estão fazendo neste país”, avisou. “Nós vamos consertar esse país, nós já fizemos uma vez e vamos fazer de novo, porque sabemos como fazer e porque temos o povo do nosso lado, caminhando junto”, concluiu. Ao descer do palco, acompanhado por autoridades locais e regionais, além de deputados estaduais e federais, Lula prestou homenagem em frente ao mausoléu de Getúlio Vargas, onde a multidão de forma espontânea cantou o Hino Nacional Brasileiro.

 

Marcos Antonio Corbari | Jornalista

Rede Soberania | Instituto Padre Josimo | MPA

Fotos: Alexandre Garcia e Marcos Corbari

Com informações de Rede Brasil Atual, Brasil de Fato, Sul21 e Lula.com.br