Evangélicos e católicos se unem pelo Impeachment de Bolsonaro

27 de janeiro de 2021
Por: Marcos Corbari

Evangélicos e católicos de todo o Brasil dão entrada nesta terça-feira, 26 de janeiro, em mais um pedido de Impeachment do presidente Jair Bolsonaro.

Documento foi apresentado na tarde desta terça-feira, 27 (Lula Marques/PT na Câmara)

Mais um pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro foi apresentado nesta terça-feira, 27. A peça, escrita pela Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, está sendo promovida pela Frente Ampla Cristã, e conta com apoio do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC), da Comissão Nacional Justiça e Paz (órgão ligado à CNBB), a Câmara Episcopal da Igreja Anglicana do Brasil (IEAB), a Aliança de Batistas do Brasil (ABB) e diversas lideranças católicas e evangélicas. O pedido em questão concentra-se na denúncia dos crimes de responsabilidade referentes à área de saúde, o manejo criminoso das políticas sanitárias durante a pandemia, o não acesso à vacina, e o desprezo pela vida dos cidadãos e cidadãs brasileiras, usurpando-lhes o direito à saúde e infringindo, assim, diversos artigos da Constituição Federal.

“Entendemos ser nosso dever participar da luta pela promoção e defesa dos direitos humanos e contra qualquer tipo de opressão ou ação que tenha como resultado o adoecimento e a morte da população”, afirmam os religiosos no pedido de impeachment de Bolsonaro. “Por esse motivo é que nos colocamos na luta pelo afastamento do senhor presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, por não mais ser possível para a sociedade brasileira suportar o cometimento de tantos crimes de responsabilidade que, ao fim, ceifam vidas inocentes.” O 62º pedido de impeachment afirma que “que o governo cometeu crime de responsabilidade e esse crime é punível com impeachment”.

Em matéria veiculada pelo portal da CUT, o pastor evangélico Ariovaldo Ramos conta que esse é um movimento inédito: pela primeira vez diferentes denominações religiosas se unem para pedir o impeachment de um presidente da República. “Até então, grande parte das denominações religiosas têm apoiado o presidente”, ressalta. O pastor avalia que neste momento há “massa crítica suficiente para, em nome de um número considerável de evangélicos, deixar claro que somos contra essa política neoliberal e principalmente contra a condução da questão sanitária no Brasil”. A mudança de postura de evangélicos, em especial, tem chamado atenção neste pedido de impeachment. Para o religioso, ” as pessoas foram se dando conta de que a postura do presidente não se coaduna com a fé evangélica nem com nada que tenha a ver com consciência humana, solidariedade. Pelo contrário. É uma pregação de ódio, de contenda”, conclui.

Desde a campanha eleitoral em 2018, a bancada religiosa, em especial a evangélica, tem sido grande aliada do presidente. O pedido impeachment, assinado por religiosos, pode demonstrar uma mudança de rumos. “Uma parcela da igreja deu um apoio acrítico e incondicional ao Bolsonaro independentemente do discurso que ele defendia. Queremos mostrar que a fé cristã precisa ser resgatada e que a igreja não é um bloco monolítico”, afirmou o teólogo Thiago Santos, um dos autores do pedido, ao Estadão.

Já a pastora luterana Lusmarina Garcia explica ao colunista Chico Garcia, do UOL, que “os motivos principais são aquilo que a gente considera como crime de responsabilidade por parte do presidente na área da saúde pública, principalmente nesse momento da pandemia da covid-19”. Garcia aponta que “as atitudes desrespeitosas por parte dele que resultaram e continuam resultando na morte de tantos brasileiros se constitui crime de responsabilidade. Para ela, o presidente “está indo contra um direito social, que é o direito saúde. Está indo contra princípios fundamentais da população brasileira, o que nós consideramos crime da parte dele.”

A Asosciação Brasileira dos Juristas pela Democracia (ABJD) em seu site expressa que “a interrupção imediata do mandato de Bolsonaro é um pedido específico feito por lideranças das igrejas, e se difere de outros pedidos de impeachment, como o articulado por partidos de esquerda em Brasília”. O documento concentra-se na denúncia dos crimes de responsabilidade referentes à área de saúde, o manejo criminoso das políticas sanitárias durante a pandemia, o não acesso à vacina, o desprezo pela vida dos cidadãos e cidadãs brasileiras, usurpando-lhes o direito à saúde, e infringindo assim diversos artigos da Constituição Federal, dentre os quais o art. 196 e seguintes. 

Acesse o documento na íntegra clicando aqui.

 


Marcos Corbari, com informações de:

ABDJ

CUT

UOL

Sindimetal


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