Pressão popular abre negociação
O dia 16 de fevereiro, foi para o calendário do RS como sendo o reinício das manifestações públicas, buscando junto com os governos do Estado e Federal, recursos financeiros para que milhares de famílias gaúchas e brasileiras, possam continuar a sua sobrevivência na produção de comida.
A seca que ora assola o nosso Estado é devastadora, porém, isso não parece ser a compreensão dos governantes. No caso do RS, nenhum governo anterior a Eduardo Leite, negava-se a dialogar com os agricultores. Foram necessárias manifestações públicas, para que o Governo Leite concordasse em receber os manifestantes. Nomeou o seu Secretário, chefe da Casa Civil, para dialogar sobre o tema alarmante da estiagem.
Como resultado dessa audiência, surgiram alguns compromissos do Governo, que é o de constituir um FORUM estadual para debater o tema. Esta equipe já deveria ter sido formada a mais tempo, o socorro possível já deveria estar em prática. Os prejuízos para o estado, agricultores, comércio e a sociedade como um todo, já estão sentindo a ausência dos governos. A comida vai faltar e em consequência os preços serão majorados.
A ausência do Estado, com políticas públicas eficientes, sempre será prejudicial para a sociedade. O Governo do Estado também se inclinou e se pronunciou favorável a discutir, entre outras questões, a possibilidade de implantar o que denominamos de um cartão seca, o qual poderia ser utilizado pelo agricultor, por um período, para suprir as suas necessidades básicas. Também nesse encontro ficou selada a possibilidade do Governo do Estado interferir junto ao Governo Federal, para que desperte para a gravidade da seca e as desastrosas consequências.
As manifestações ocorridas no dia de ontem, 16 de fevereiro, foram muito importantes, segundo a avaliação dos dirigentes das entidades. Ficou evidenciado que em futuro próximo novas manifestações deverão ocorrer, caso não houver o cumprimento do combinado.
Precisamos enfatizar que nenhum dos governos preocupou-se com os agricultores até agora e ressaltamos que o preço da comida estará fora do alcance da população e a pobreza será uma nova marca desses governos interessados em auxiliar apenas o agronegócio que não produz para matar a fome.
Lari João Hofstetter
Direção estadual do MPA RS.