“Quem enfrenta seca e geada para produzir alimento não tem medo de enfrentar juiz”, afirma Pillon, do MPA

6 de abril de 2018

Um mar de gente está em volta do Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo do Campo (foto: Bruno Pillon)
Um mar de gente está em volta do Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo do Campo (foto: Bruno Pillon)

 

Por volta das 16h30, o dirigente Bruno Pillon, da direção nacional do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), subiu ao caminhão de som em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo. Depois de provocar barulho nos grupos de juventude que fazem a frente da mobilização popular, ele deixou seu depoimento de apoio a Lula e de incentivo à resistência aos milhares de militantes que encontram-se cercando o seu presidente.

– Aqui tem a coragem de quem luta dia a dia, de quem enfrenta a seca e a geada de norte a sul desse país para produzir alimento, aqui ninguém tem medo de juiz nenhum , afirmou. “Nós estamos dispostos a escrever a história desse país e história não é escrita por covardes”, emendou relembrando que os grupos de diversos segmentos da juventude camponesas estavam reunidos em São Paulo para sua escola de memória e sentiram-se desafiados a assumir a vanguarda da resistência popular neste momento em que através dos ataques a Lula, a própria democracia é quem está sendo ferida de morte.

– Aqui ninguém quer desistir, aqui todo mundo quer resistir, nós estamos aqui para defender a democracia, defender a soberania, defender o nosso direito de plantar e colher -, afirmou Pillon, relembrando que cada trabalhador brasileiro, camponês ou operário, traz consigo o DNA de grandes lutadores históricos como Zumbi dos Palmares.

Ao encerrar sua fala o dirigente do MPA ensinou o significado da palavra mutirão, procedimento que os camponeses adotam quando se reúnem coletivamente para executar uma tarefa que não poderia ser cumprida com ações isoladas. “Aqui a gente está em mutirão, cumprindo uma tarefa coletivamente, depois vamos celebrar também juntos, bem do jeito que a gente faz no campo, com uma festa de democracia, mas agora é hora de trabalhar duro e de resistir”, completou.

Marcos Corbari | Jornalista

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