REAÇÃO POPULAR Movimento de Mulheres Camponesas repudia terrorismo e chama defesa intransigente à democracia
Para a organização, que faz parte da Via Campesina, é imprescindível investigar e punir organizadores e financiadores
O Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), movimento popular de base composta por mulheres trabalhadoras vinculadas à agricultura camponesa e familiar, publicou através de seu site e redes sociais uma nota de posicionamento frente aos atos terroristas praticados por bolsonaristas no domingo (8) e as ações de repercussão posteriores.
“Nos pronunciamos em defesa da democracia ampla e participativa”, afirma Adriana Mezadri, da direção nacional do MMC Brasil e da articulação da Via Campesina Internacional. A dirigente explicou ao Brasil de Fato RS que a manifestação do movimento não se refere apenas ao último ato praticado pelos golpistas, mas sim à série de ataques que a democracia vem sofrendo ao longo do último período.
Conforme expresso na nota, as camponesas conclamam a sociedade brasileira a repudiar os atos terroristas que resultaram na destruição dos ambientes do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Superior Tribunal Federal, bem como assumir a defesa intransigente da democracia frente a declarada tentativa de golpe praticada pelos bolsonaristas naquele episódio.
“Nos causa indignação e revolta o fato destas pessoas não respeitar a decisão soberana do povo brasileiro”, declara Mezadri, fazendo referência à eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no final de outubro passado. A dirigente lembra ainda a complexidade da conjuntura que o país atravessa depois do período de destruição de políticas públicas praticadas ao longo dos 4 anos do último governo, citando o agravamento das situações de violência praticada contra as mulheres e a fome e miséria vivenciada por milhões de brasileiros e brasileiras.
Dirigentes e militantes do MMC participaram de forma ativa das manifestações populares realizadas em todo o país no dia seguinte ao ataque bolsonarista em Brasília, demonstrando a indignação do povo brasileiro frente o risco real de ruptura institucional.
Confira a íntegra da nota.
Nós, do Movimento de Mulheres Camponesas, atentas e vigilantes na defesa da democracia ampla e participativa, acompanhamos estarrecidas os atos golpistas criminosos bolsonaristas ocorridos no domingo, 8 de janeiro, em Brasília. Atos que entendemos serem ataques terroristas que caracterizam uma tentativa de golpe de Estado. Diante da gravidade dos fatos, encaminhamos nosso posicionamento:
Defendemos rápida e firme ação por parte dos poderes da União e punição dos promotores, financiadores e dos participantes dos crimes contra a democracia. #SemAnistia aos terroristas;
Defesa incondicional da democracia: Democracia Sempre!
Todas as ações, atos, mobilizações/manifestações e posicionamentos em defesa da democracia são legítimos e devem ser potencializados;
Manteremos unidade com as organizações, movimentos sociais populares e instituições fortalecendo um grande movimento nacional em defesa do governo Lula, eleito democraticamente pelo voto popular e pela democracia brasileira;
Fortaleceremos de forma abnegada o que nos identifica enquanto Movimento de Mulheres Camponesas (MMC Brasil), intensificando o trabalho de base, a formação e as lutas nas ruas, nas roças e nas redes sociais;
Reafirmamos nosso compromisso com a reconstrução do Brasil a partir da produção de alimentos saudáveis, do enfrentamento à fome, à violência contra as mulheres e contra os povos e na defesa da soberania nacional.
Brasil contra o terrorismo! Sem anistia!
Pátria livre, venceremos!
Fortalecer a luta em defesa da vida! Todos os dias!Movimento de Mulheres Camponesas do Brasil (MMC Brasil)
9 de janeiro de 2023