Tempo de cuidar: Famílias de 7 municípios das regiões da Campanha/Sul recebem 1.400 cestas básicas

23 de maio de 2020

Ação que distribuiu alimentos e material de proteção teve participação da Cáritas Diocesana de Bagé e Pelotas, Diocese de Bagé, Fundação Banco do Brasil, Instituto Cultural Padre Josimo, Cooptil e MST

Este final de semana (23 e 24/05) será mais alentador para pelo menos 1.400 famílias das regiões da Campanha e Sul do RS, beneficadas por uma ação integrada praticada por organizações como Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), Fundação Banco do Brasil (FBB), Instituto Cultural Padre Josimo (ICPJ), Cooperativa de Produção Trabalho Integração Ltda (COOPTIL), Cáritas e Diocese de Bagé. Cada família beneficiada está recebendo uma cesta com alimentos e produtos de higiene, bem como orientações para proteção frente aos riscos da pandemia de Covid-19.

– Esta ação tem o objetivo de proteger vidas, contribuindo para que o desespero da fome não leve as pessoas pobres a se exporem à contaminação do vírus -, afirmou Frei Sérgio Görgen, diretor do ICPJ. No entendimento do franciscano as ações de solidariedade junto às famílias que se encontram vulneráveis neste momento estão sendo decisivas nos esforços de combate ao Coronavírus, oportunizando aos trabalhadores e trabalhadoras alguma seguridade ao fazer a opção por manter o isolamento social e assim induzir a contenção da pandemia.

O ato simbólico de entrega das cestas aconteceu na sexta-feira (22) na sede da Comunidade São Roque, no Assentamento Conquista da Fronteira, em Hulha Negra. A preparação dos kits contou com o trabalho de 30 jovens assentados em Hulha e também da cidade de Candiota. O projeto foi financiado pela Fundação Banco do Brasil e objetiva atender famílias em situação de vulnerabilidade social. A expectativa dos organizadores é de que ação possa se repetir, agregando mais iniciativas de apoio e tendo a possibilidade de chegar até um número ainda maior de beneficiados.

– O Banco do Brasil procura, na medida do possível, ser parceiro, estar presente em ações como esta, que podem parecer pequenas quando levamos em conta o tamanho das demandas, mas mesmo assim são muito importantes -, afirmou o representante da FBB, Cesar Augusto da Silva Carvalho, gerente da agência de Candiota, reforçando aos presentes a importância de todos seguirem mobilizados, redobrando os esforços para buscar recursos que proporcionem novas ações como esta. Carvalho ainda ressaltou e parabenizou a participação da juventude, que está respondendo o chamado ao protagonismo neste momento de crise.

Nilza Mar Fernandes de Macedo, secretária executiva Cáritas Diocesana Bagé, afirmou que com essa ação os envolvidos buscam “garantir uma presença de apoio, de acolhida, de esperança para as pessoas que estão em vulnerabilidade”. Para ela, é importante ressaltar que os alimentos e demais produtos que integram as cestas tem também uma repsentação simbólica que estabelece laços: “Procuramos fazer a nossa parte para garantir a vida, preservar a dignidade e assim renovar a esperança das pessoas”. Agradeceu a participação de todos os parceiros e mostrou-se confiante para novas ações em breve.

– Estamos vivendo hoje um dia muito abençoado – afirmou Reinaldo Tillimann, coordenador Cáritas/Pelotas, fazendo menção à ação que estava sendo praticada e também à chuva que chegada à região do Pampa depois de um longo período de estiagem. “Essa ação representa também uma união entre campo e cidade, porque ao mesmo tempo em que a maior parte das cestas vai chegar até a população urbana nas cidades beneficiadas, a aquisição dos produtos junto aos agricultores assentados e às cooperativas camponesas ajuda a atenuar os efeitos tão graves que a estiagem está provocando no campo”, acrescentou.

– É um momento histórico muito complicado o que estamos vivendo, onde somos obrigados a enfrentar uma pandemia que está matando milhares de pessoas diariamente -, reflete Emerson Capelesso, presidente da COPTIL. Para o dirigente é necessário que todos os esforços se unam nesse momento para incentivar o isolamento social e conter o contágio massivo da doença. “O grande desafio é preservar o máximo de vidas possíveis neste momento tão difícil, o que só será possível com a participação de cada um, a dedicação de todos, isso viabiliza a construção de pontes, a formação de laços de solidariedade e cooperação, a construção de um mundo melhor para todas as pessoas”, afirmou.

Thomaz Ataualpa Hahn Gasso de Gasso, representante da Juventude do MST, afirmou que a ação solidária oportunizou aos jovens a chance de retomar os trabalhos e fortalecer a organização do coletivo, praticando uma atividade que vai além do que se tem feito de modo remoto via redes sociais. “Esse é um período muito difícil da pandemia e nós jovens estamos aqui para ajudar, para colaborar, para também fazer a nossa parte”, afirmou. Outro aspecto pontuado por Gasso foram os cuidados que todos os envolvidos tomaram durante os trabalhos, no melhor espírito do “cuidar de si para também poder cuidar do outro”.

– Esse gesto de solidariedade mostra que é possível fazer um mundo diferente onde todos possam viver com dignidade, sem faltar na sua mesa o pão de cada dia -, comentou Bispo Dom Frei Cleonir Dalbosco, da Diocese de Bagé. “Nós somos desafiados a ser sinal de esperança para o mundo que está vivendo um momento de crise, de dificuldades, por conta da pandemia”, acrescentou. Dalbosco ainda enalteceu o papel de defesa da vida desempenhado pelas organizações que se somaram na atividade, de modo especial os movimentos sociais, que seguem buscando canais para atuar junto ao povo mesmo em meio aos riscos da Covid-19.

Além das cestas doadas às famílias, a ação também contemplou materiais de segurança para os envolvidos, como mascaras e álcool gel, que foram utilizadas pela equipe de montagem, motoristas e entregadores.