9 de fevereiro de 2022
Autor: Marciane Fischer

Segundo decreto da prefeitura as famílias tinham até dia 31 de janeiro para desocupar área

 

Marciane Fischer | Rede Soberania | Candiota (RS)

Cerca de 74 famílias, a maioria composta por jovens, podem ficar sem moradia em Candiota, no sul do RS. Instalados em uma área ocupada há cerca de um mês, localizada em anexo ao residencial Viver Melhor, no bairro Dario Lassance, tinham até o dia 31 de janeiro para desocupar a área, conforme decreto da prefeitura local. A maior parte dos residentes na ocupação está desempregada e alega não ter condições para pagar aluguel.

A área em questão é designada como área verde pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). O município de Candiota é conhecido como a capital nacional do carvão mineral e está em 26ª no ranking entre os munícipios brasileiros de emissões de gases do efeito estufa.

Ledir Rodrigues, conhecido como Nene, conta que em nenhum momento as famílias receberam a notificação da prefeitura para saída do local. “Vieram na verdade aqui só pra ver se tinha alguém com um terreno em algum lugar, se tinha ganhado alguma casinha ou vendido, foi só isso que vieram fazer”, explica.

“Nós organizamos aqui uma lista das famílias e tem mais pessoas interessadas, pois não tem mais condição de ficar pagando aluguel”, conta Jeri Adriano Mai, um dos integrantes do grupo que se denominou “Força do Querer”. Eles enviaram solicitação de uma moção de apoio aos vereadores e vereadoras do município, dos quais apenas dois não assinaram.

As famílias estão sem energia elétrica e a água está sendo fornecida por vizinhos do Residencial Viver Melhor. Banheiros químicos foram solicitados à prefeitura. “Não vamos sair daqui sem uma conversa com o prefeito e com a garantia de um outro local para morar”, avisa Nene.

Tentamos contato com o prefeito de Candiota, Luis Carlos Folador, mas até o fechamento desta matéria o mesmo não retornou nosso ocntato ou mensagens. Fica o espaço a disposição para o c ontraponto da prefeitura.