Construir o futuro do Brasil
Autor: Padre Ari Antônio dos Reis
Uma olhada na história recente fará perceber que o Brasil está a quase quatro anos imerso em uma crise de diferentes dimensões, com destaque para a economia, a política e a ética. A consequência está na estagnação da economia e sua face mais perniciosa, o desemprego. O desemprego por sua vez gera processos de pobreza e miséria. Não existe programa social que supra as lacunas deixadas pelo desemprego.
A aparente melhoria das condições de vida, percebida na primeira década deste século, aumentando a capacidade de consumo devido ao pleno emprego, ruiu com a crise econômica. Naquele tempo a possibilidade de consumir mais impediu que a maioria dos brasileiros percebesse que o país continuava, estruturalmente, injusto e desigual e a aparente melhoria não se configurava em mudança profunda nas relações econômicas e sociais. Junto ao desemprego, gerado pela crise, chegou o aumento dos percentuais de pessoas na linha da pobreza e da miséria e as desigualdades se explicitaram mais uma vez.
Nas relações sociais cresceram os posicionamentos fundamentalistas e raivosos, segundo o viés de que não é concebível pensar e agir diferente. Tais posicionamentos marcados pela raiva, rancor e ódio ganharam as redes sociais e as ruas. Estamos nesta situação.
Temos pela frente o desafio de redesenhar o nosso futuro. Esperamos que seja mais alvissareiro. Este desenho é responsabilidade de cada brasileiro e passa, dentre outros caminhos pelas futuras eleições. Portanto cuidado com o discurso de que as eleições não resolverão nossos problemas. Poderão encaminhar uma solução plausível ou complicar mais ainda nossa situação. Por aí passa a responsabilidade dos brasileiros no futuro pleito que escolherá os integrantes do poder executivo e legislativo federal e também nas esferas estaduais.
Os candidatos já estão se colocando na disputa. Não teremos grandes novidades. Os nomes estão postos. O que pode acontecer é uma ou outra aliança em vista do fortalecimento de candidaturas e ganho de tempo na televisão. Cada candidato tem junto a si um partido político e uma proposta de governo, mais ou menos alinhavada. Desconfiem de quem não explicita seu projeto de governo. Este candidato estará escondendo a sua proposta ou não a tem, o que é mais grave.
Lembra-se também que a eleição ao legislativo é tão importante e responsabilizadora quanto a eleição ao executivo. No Brasil o parlamento tem um peso significativo. A escolha equivocada de parlamentares, assim como os chefes do executivo, terá graves consequências para o futuro que sonhamos. Comecemos a prestar atenção no que é dito e escrito pelos candidatos. Eles estão propondo um desenho de Brasil. Será este o desenho que queremos?
Padre Ari Antônio dos Reis